segunda-feira, 8 de maio de 2017

Biotecnologia

   A biotecnologia é uma área que visa desenvolver produtos e processos biológicos com a ajuda da ciência e da tecnologia. A organização das nações unidas (ONU) classifica biotecnologia como “qualquer aplicação tecnológica que utiliza sistemas biológicos, organismos vivos, ou seres derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica”.
  A biotecnologia abrange diferentes áreas do conhecimento que incluem a ciência básica (como biologia molecular , microbiologia, etc.), a ciência aplicada (como técnicas imunológicas, químicas e biológicas) com tecnologias diversas (como informática, robótica e controle de processos).
O profissional de biotecnologia é multidisciplinar, pois entende de todas – ou quase todas – as áreas citadas. Seu alvo é sempre melhoramento genético, criação e gerenciamento de novos produtos como medicamentos, ingredientes para alimentos ou até indivíduos como plantas.
  A engenharia genética ocupa uma posição de destaque nessa área como tecnologia inovadora por permitir subsidiar métodos tradicionais de produção ou por permitir a obtenção de produtos inteiramente novos como os transgênicos. A biotecnologia age como uma ferramenta inovadora da vida cotidiana com impactos em vários setores produtivos e oferecendo desenvolvimento para várias nações.

DNA  Recombinante

  são moléculas de DNA que possuem fragmentos de DNA derivados de duas ou mais fontes, geralmente de espécies diferentes. 

Tecnologia de DNA Recombinante 

  O procedimento geralmente envolve o isolamento de um gene humano com potencial terapêutico (por ex. insulina) e a introdução desse gene numa célula animal, bacteriana ou de leveduras.
Através do uso de proteínas denominadas enzimas de restrição, são isolados genes individuais do DNA humano e inseridos em pequenos pedaços de DNA cortados com a mesma enzima, chamados plasmídeos.
O plasmídeo recombinante é então inserido numa célula animal, bacteriana ou de levedura, num processo chamado transformação.
Os genes de resistência a medicamentos, que também se encontram no plasmídeo, selecionam as células transformadas das não-transformadas.
É então estabelecida uma população pura de células recombinantes através do processo de clonagem, onde uma única célula selecionada dará origem a uma população de clones.
No fim do processo, espera-se que todas as células resultantes contenham uma cópia do plasmídeo portador do gene humano inserido.
Depois do gene e da célula clonada serem inseridos, as células são então induzidas a expressar o gene humano.
Aplicações da Tecnologia do DNA Recombinante
  • Produção de substâncias úteis como insulina humana, hormônio​ de crescimento,vacinas, enzimas industriais;

  • Estudo de mecanismos de replicação e expressão gênica;
  • Investigação de paternidade;
  • Diagnóstico de doenças genéticas e infecciosas;
  • Terapia gênica; 
  • Transgênicos.





Bactérias e manipulação genética
  
   A insulina é um hormônio secretado pelo pâncreas que controla a utilização da glicose pela célula. Indivíduos portadores de diabetes tipo I ou diabetes juvenil têm deficiência desse hormônio e, por isso, suas células não conseguem utilizar adequadamente a glicose, com sérias consequências para a saúde. Esse hormônio pode ser extraído do porco, mas ele não é exatamente igual ao humano e pode provocar reação alérgica em alguns pacientes.
   Hoje, graças à técnica conhecida como engenharia genética, é possível injetar em bactérias o gene humano responsável pela produção de insulina. Com o auxílio de enzimas especiais, chamadas enzimas de restrição, é possível abrir o plasmídeo e introduzir nele o fragmento de DNA humano responsável pelo controle da síntese de insulina. Essas bactérias passam a se multiplicar e a produzir insulina igual à humana.
Quando a bactéria se reproduz, o DNA recombinante também se replica e passa para as novas bactérias. Além da insulina, são produzidos diversos tipos de vacina, como a contra a hepatite B, o interferon, que combate infecções virais, e outros medicamentos.

Produtos Transgênicos 

  Na busca incessante por aumento de produção, ascensão dos lucros, diminuição dos custos e por poder competir em um mercado cada vez mais exigente e competitivo, o homem colocou sua capacidade intelectual em favor do desenvolvimento de pesquisas e estudos na intenção de alcançar melhorias na rentabilidade agrícola.
  Nesse sentido, foram desenvolvidos os transgênicos, que correspondem a organismos que detêm em sua essência genes de outros organismos, que é possível por meio da Engenharia Genética. O objetivo maior é a busca de aprimoramento de um produto que possui características novas em relação àquelas que fazem parte de sua natureza original para gerar um produto capaz de obter aspectos mais rústicos e de extrema produtividade. As técnicas de manipular DNA recombinante ocorrem desde a década de 70.
  Apesar de aparentemente não oferecer nenhum tipo de risco, a manipulação de genes pode ocasionar sérias complicações, tendo em vista que se conhece muito pouco acerca desse assunto, pois as pesquisas nesse sentido existem somente há, aproximadamente, três décadas.       Desse modo, não se sabe ao certo quais são as reações e consequências que podem ocorrer se um organismo que recebe um gene estranho desenvolver uma rejeição proveniente da complexidade dos seres vivos. Isso é uma realidade, pois já foi constato em porcos modificados geneticamente que para ganhar peso receberam genes de outros organismos e contraíram artrite e outras complicações em seu estado clínico.
  Os transgênicos também são chamados de OGM (Organismos Geneticamente Modificados), esses produzem plantas que são adaptadas a climas diferentes, solos, entre outros elementos.
  Os transgênicos levantam muita polêmica em todo mundo, principalmente quando se trata de alimentos destinados a humanos, em razão da incerteza sobre o que pode acontecer no organismo humano caso haja o consumo de produtos derivados da alteração genética.
  Diante dessa polêmica, a Europa não aceita o consumo desse tipo de produto em áreas urbanas, já os americanos são a favor, por alegar que o aprimoramento produz organismos imunes a pragas e, dessa forma, evita o consumo de agrotóxicos usados no combate.
   Em suma, o que se deve ter é precaução até que a classe científica saiba realmente se os transgênicos provocam ou não efeitos colaterais naqueles que os consumem.



ANDI: o primeiro primata transgênico 
   

   O filhote de macaco Rhesus chamado ANDi, que é a sigla de inerted DNA lida ao contrário, ficou mundialmente famoso por ser o primeiro primata transgênico, isto é, o primeiro primata a possuir um gene de uma outra espécie diferente da sua. Foi introduzido um gene de medusa, que se incorporou ao seu patrimônio genético. ANDi foi produzido experimentalmente no Centro Regional de Pesquisas em Primatas do estado de Oregon/EUA. A divulgação do seu nascimento foi feita na revista Science, em janeiro de 2001. O grande impacto desta divulgação, apesar de já serem realizadas pesquisas em animais transgênicos desde 1980, quando o primeiro rato deste tipo foi produzido, se deve ao fato de ser este experimento realizado em uma espécie muito próxima à humana.
   A finalidade de utilizar um gene de medusa foi apenas a de possibilitar a fácil detecção da sua inclusão no patrimônio de outra espécie. Este gene não traz qualquer benefício ou prejuízo para o animal. Para que ANDi fosse gerado foram utilizados 224 óvulos de macacos que foram infectados com o vírus, utilizado como vetor, que continha o gene de medusa. Destes óvulos resultaram 126 embriões. Foram implantados os 40 embriões mais saudáveis, em 20 macacas que serviram de mães substitutivas. Ao final do processo apenas 3 filhotes nasceram vivos e somente ANDi era portador deste gene.
   Somente a dificuldade técnica de necessitar 224 para produzir apenas 1 filhote com a característica transgênica desejada já leva a reflexão de que a transposição deste procedimento para a espécie humana é tecnicamente impraticável no momento atual. Porém esta quase inviabilidade técnica não desestimula a reflexão sobre os aspectos morais, legais, sociais e espirituais deste tipo de procedimento.
  O Prof. Arthur Caplan, da Universidade de Pennsylvania/EUA fez uma excelente reflexão sobre os aspectos morais que o caso ANDi pode gerar, em especial sobre a questão da regulamentação de experimentos deste tipo. A sua posição, em resumo, é a de que não é através da regulamentação que se resolvem problemas deste tipo, mas sim através de um amplo debate social sobre as suas possíveis repercussões, exigindo um engajamento consequente de todas as pessoas, e não simplesmente um acatamento ou discordância de uma regra imposta por outros.
















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